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Tudo que você precisa saber para melhorar sua autoestima!

Entenda mais sobre o conceito e considere estas 4 dicas poderosas para melhorar a autoestima

O que é a autoestima?

Quando se olha no espelho, ou apenas pensa sobre quem você é, surge em sua mente um conjunto de ideias para definir seu próprio eu.

Essas ideias são o que chamamos de autoestima, e quando ela está num nível elevado, você se enxerga como uma pessoa que é digna de ter e fazer coisas boas, alguém com valor para o mundo e que se orgulha das próprias escolhas.

mulher no espelho
como está a qualidade dos pensamento que lhe vem à mente quando você se olha no espelho?

Vale lembrar que cada pessoa tem seus pontos positivos e negativos, a diferença é o nosso foco – uma boa autoestima nos leva a valorizar o que fazemos de bom, enquanto uma autoestima baixa prende a nossa atenção no que está errado.

Liliana Guimarães, doutora em Saúde Mental pela UNICAMP, aponta que “profissionais com boa autoestima assumem para si a responsabilidade pelos seus sucessos e fracassos” enquanto aqueles com baixa autoestima “responsabilizam os fatores externos por seus sucessos e fracassos, acreditando que ambos estão fora de seu controle” [1].

A coordenadora de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS, Tatiana Irigaray, vai pelo mesmo caminho, e afirma que “A auto-estima está diretamente relacionada com a resolução dos problemas com os quais a pessoa se defronta.” [2]

Em outras palavras, se está tudo bem com a nossa autoestima, vemos o sucesso como algo merecido, fruto de nosso esforço, e o fracasso como um momento pontual e passageiro, que podemos superar.

Alguém com problemas nessa área vê tudo ao contrário – o sucesso como algo que aconteceu por acaso, sem qualquer influência ou merecimento dela sobre a conquista, e o fracasso como uma consequência direta da “pessoa terrível” que ela é.

Quando e como ela se forma?

Essa noção sobre o próprio valor não é algo que nasce conosco, apesar de sermos pessoas únicas, a nossa percepção individual surge da interação com os outros, começando pelo pai e pela mãe, e seguindo pelas relações com professores, amigos e assim por diante.

Uma visão apoiada por centenas de autores no mundo inteiro é que “crianças não nascem preocupadas em serem boas ou más, espertas ou estúpidas, amáveis ou não. Elas desenvolvem estas idéias. Elas formam auto-imagens […] baseadas fortemente na forma como são tratadas por pessoas significantes”. [3]

É importante saber que esse processo é uma construção, pois uma característica comum entre as pessoas com baixa autoestima é acreditar que nunca serão capazes de desenvolver o orgulho por si mesmas, a menos que uma força externa faça isso por elas.

Felizmente a autoestima é algo que aprendemos, e se ela não foi bem trabalhada durante a infância, ainda podemos cuidar disso ao longo da nossa vida adulta, desenvolvendo a sensação de que somos merecedores de uma vida melhor e a capacidade de lutar por ela.

Quem são os maiores autores nesta área?

A pesquisa sobre autoestima já existe há algumas décadas, e muitos autores dedicaram boa parte de suas vidas à esse propósito.

Stanley Coopersmith é um nome importante, com seu trabalho The antecedents of self-esteem (Os antecedentes da autoestima) publicado ainda em 1967 abordando como se forma a visão que temos sobre nós mesmos a partir da infância.

O sociólogo Morris Rosenberg, criador da Escala da Autoestima de Rosenberg, ferramenta amplamente utilizada para descobrir se uma pessoa tem problemas de autoestima e desenvolvida usando dados de mais de 5000 pessoas, é outro autor fundamental nesse campo.

Atualmente, merece destaque o trabalho da pesquisadora Brené Brown, autora de best-sellers como A Coragem de Ser Imperfeito, que expõe não só a importância da autoestima em nossa vida como fornece caminhos para desenvolver orgulho e confiança sobre nossos atos.

Dicas de como trabalhar a autoestima

Já vimos em teoria que a autoestima pode ser melhorada, trazendo a confiança necessária para partirmos em busca dos nossos objetivos. E na prática, como podemos desenvolver uma visão otimista sobre nós mesmos?

Agora você vai descobrir quatro respostas para essa pergunta – mas atenção, nenhuma delas fará milagres, não há uma “injeção” de autoestima que transforme rapidamente a maneira como você se vê.

Lembre-se que esse processo é um aprendizado, e da mesma forma que você faria se estivesse tentando aprender um idioma ou um instrumento, é necessário ter consistência, praticar de novo e de novo até se tornar mestre da sua autoestima!

1. Foco no que está em seu controle

A primeira coisa que precisamos ter em mente é essa: nossa autoestima deve se basear em algo sob nosso controle.

Jennifer Crocker, psicóloga da Universidade do Michigan que realizou um estudo com 642 alunos, descobriu o seguinte [4]:

Estudantes de faculdade que baseiam seu valor próprio em fontes externas – incluindo aparência, aprovação dos outros e até mesmo sua performance acadêmica – relataram mais estresse, raiva, problemas acadêmicos, conflitos nos relacionamentos, e tiveram maiores nível de uso de drogas e álcool e sintomas de desordens alimentares.

Isso acontece porque os fatores externos são variáveis e se deixarmos a nossa autoestima nas mãos de notas acadêmicas, por exemplo, podemos ir mal numa semana de provas e sofrer as consequências destacadas anteriormente.

Carol Dweck, autora do livro Mindset, A Nova Psicologia do Sucesso, chama esse pensamento de mindset fixo, que está relacionado à nossa identificação com o que somos capazes de fazer hoje – se alguém é inteligente, por exemplo, sorte a dele, e se não é, terá que carregar esse peso pelo resto da vida.

Esse mindset (que pode ser traduzido como mentalidade) se aplica a diversas outras áreas; como os esportes, a música e qualquer outra habilidade. Em resumo, quem tem o mindset fixo acredita que se alguém é bom em algo, é porque nasceu pra isso.

Uma alternativa que pode melhorar a autoestima é o mindset de crescimento, pois ele aponta o foco do nosso orgulho para os esforços que realizamos, e não apenas para os resultados deles.

mulher saltando de alegria
Pequenas vitórias diárias

Se hoje você passou mais tempo lendo ou fazendo exercícios do que ontem, pode considerar isto como uma vitória, e caso algo tenha sido uma barreira para você praticar o que deveria, basta eliminar esse obstáculo amanhã e seguir em frente.

 

2. Fazer algo maior que si mesmo

A prática de se envolver em atividades que vão além do interesse pessoal também é uma boa maneira de fortalecer a sua autoestima.

É curioso e até estranho como trabalhar para o outro pode melhorar a perspectiva sobre o eu, mas a sensação que surge nas pessoas ao fazer parte de um grupo que busca uma grande meta em benefício comum, segundo Jennifer Crocker, faz com que elas sejam “menos suscetíveis à alguns efeitos negativos de perseguir a autoestima”.

3. Escrever

Uma boa forma de esvaziar a cabeça quando muitos pensamentos estão competindo pela nossa atenção é colocar alguns deles no papel.

Muitas vezes uma situação negativa de grande impacto faz com que a nossa mente entre num ciclo que acaba com a autoestima, algo do tipo: eu fui demitido > se fui demitido, sou um fracassado > se sou um fracassado, mereço ser demitido.

Meyran Boniel-Nissim, da Universidade de Haifa em Israel, diz que nesses casos “escrever um diário pessoal e outras formas de se escrita expressiva são ótimas formas de aliviar angústias emocionais e se sentir melhor[5].

4. Contato com outras pessoas

Conversar com alguém sobre as coisas que estão roubando sua confiança também é uma forma positiva de amenizar o problema e conseguir se concentrar nos seus pontos fortes, algo que um bom amigo sempre pode ajudar.

O site da Associação Americana de Psicologia aponta um estudo de Meyran e afirma que manter um blog teve um efeito positivo mais forte no bem-estar de estudantes com problemas do que apenas compartilhar suas ansiedades e preocupações em um diário privado [5].

O poder da autoestima em um filme

Um ótimo filme para entender a importância dessa força é O Discurso do Rei, vencedor do oscar de melhor filme em 2011.

Ele conta a história do rei da Inglaterra, George VI (pai da rainha Elizabeth II), o homem mais importante de seu país e possivelmente de toda a Europa, que não conseguia fazer discursos por ser gago.

A gagueira não só dificultava a sua comunicação, como tirava boa parte de sua credibilidade frente ao povo que governava – como o próprio personagem, interpretado por Colin Firth, diz no filme: A nação acredita que quando eu falo, eu falo por eles. Mas nem consigo falar.

O problema é que a gagueira de George era provocada, em grande parte, pela sua falta de autoestima, já que ele tinha medo de ser ridicularizado por conta de sua condição.

Ao tratar a raiz do problema, um fonoaudiólogo no mínimo duvidoso, que também acaba se tornando uma espécie de terapeuta do rei, faz com que ele ganhe confiança e se sinta preparado para realizar o discurso de declaração de guerra contra a Alemanha.

Conclusão

Vimos que a autoestima não é algo com que nascemos, é aprendida como uma habilidade, e caso você tenha uma autoestima baixa, pode trabalhar para torná-la mais forte – os livros de Brené Brown são uma ótima fonte de conteúdo nesse sentido.

Aplique as dicas do artigo para desenvolver o orgulho de si mesmo, e a sensação de que merece criar e receber coisas boas em sua vida: foque no que está em seu controle, participe de projetos com várias pessoas, escreva e se comunique.

E por último, lembre-se que se você tem uma baixa autoestima, isso foi o resultado de vários anos recebendo mensagens negativas.

Portanto, as coisas não irão mudar de uma hora para a outra. Mantenha a consistência dessas práticas, e após alguns dias você vai começar a sentir os resultados!

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Fontes:

[1] Guimarães, Liliana A. M. (2004). Série saúde mental e trabalho, Volume 2. São Paulo: Casa do Psicólogo.

[2] Irigaray, Tatiana Q. (2007). Prevalência de depressão em idosas participantes da Universidade para a Terceira Idade. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Abr 2007, vol.29, no.1, p.19-27

[3] Coopersmith, S. (1967). The antecedents of self-esteem.San Francisco: Freeman

[4] http://www.apa.org/monitor/dec02/selfesteem.aspx

[5] http://www.apa.org/news/press/releases/2012/01/blogging-teens.aspx

Samuel Almeida
Samuel Almeida
Escritor freelancer de desenvolvimento pessoal, psicologia e coaching. Trabalhando por um único objetivo: nunca mais alguém pensar que a vida não pode ser melhor!
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