Vícios Emocionais, Angústia e a Busca por prazer de curto prazo

O que são Vícios Emocionais?

Algumas pessoas são tão habituadas com sentimentos negativos que passam o dia remoendo o que deveriam ter feito, o que não fizeram, o que fizeram de errado, etc. Através dos pensamentos elas caem na angústia, na tristeza e na ansiedade e já estão tão acostumadas a serem assim que ficaram viciadas em suas próprias emoções negativas.

Tá, tem exemplo prático de vícios emocionais?

ok.

Você já tomou uma atitude e, imediatamente depois, se arrependeu?

Talvez você tenha comido uma barra inteira de chocolate, ou quem sabe comprado um produto que não precisava ou até mesmo aceitado transar com alguém. Se você queria evitar tais atitudes mas simplesmente não conseguiu, provavelmente você sentiu remorso, culpa, angústia e auto reprovação.

Todo mundo em maior ou menor grau já passou por isso.

Esse tipo de comportamento torna-se um problema apenas quando ele vira um hábito e você simplesmente não consegue evitá-los. E aí, quando você se dá conta, está imerso na angústia, no estresse e na tristeza.

Quais são as causas dos Vícios Emocionais?

As causas podem estar ligadas ao que o Tony Robbins, considerado por muitos o maior Coach do mundo, chama de “padrão de uso da própria fisiologia”.

O conjunto de emoções, comportamentos, postura corporal, a forma como se respira, a  alimentação, a tensão muscular e o funcionamento bioquímico do organismo tendem a respeitar padrões que são estabelecidos pelos hábitos da pessoa.

O famoso “piloto automático” funciona também para a fisiologia.

A repetição de padrão fisiológico negativo pode ser considerada uma forma de vício emocional.

A boa notícia é que é possível mudar esse padrão e sair do piloto automático.

Antes, vamos entender um pouco mais sobre os vícios em geral.

O que a ciência sabe sobre Vícios?

Os primeiros estudos sobre vícios químicos (não vícios emocionais) ocorreram no começo do século XX. Experimentos colocaram ratos isolados em uma gaiola com duas opções de água: uma com morfina e outra pura. Todos os ratos preferiram a água com morfina e todos se viciaram e morreram por overdose.

Deste estudo, que já tem mais de 100 anos, derivaram-se outras diversas pesquisas sobre o vício, mas a maioria delas focando nas drogas em si e nunca na química interna do indivíduo.

Eis que, na década de 70, um psicólogo chamado Bruce K. Alexander questionou estes estudos. Ele resolveu analisar se os ratos teriam o mesmo comportamento num ambiente diferente. Ele alojou vários animaizinhos num ambientes o qual chamou de “parque dos ratos”. Os bichinhos tinham opções de lazer, relacionavam-se afetivamente uns com os outros e tinham conforto e diversão. Tinham também as mesmas duas opções de água: uma pura e outra com morfina. O resultado foi que os ratos não se viciaram e nenhum morreu por overdose.

Conclusão do Estudo de Bruce K. Alexander

Alexander provou que a necessidade por substâncias que proporcionem prazer de curto prazo estão mais ligadas às circunstâncias em que o individuo vive do que às propriedades químicas dessas substâncias em si.

Logo, a conclusão que se chega é que as substâncias que uma pessoa utiliza oferecem a ela uma redenção fácil, o que talvez ela não esteja conseguindo em sua vida.

E na prática, como isso ajuda?

Ora, não são apenas as drogas ilícitas que tem o poder de trazer prazer de curto prazo. Algumas substâncias e comportamentos, tais como: álcool, tabaco, açúcar, pornografia, games online, compras compulsivas, jogos de azar, remédios, chocolate, etc. tem o mesmo poder.

Essas substâncias e hábitos liberam um conjunto de químicas em nosso organismo, principalmente a dopamina, um hormônio que está relacionado ao prazer, à alegria e a motivação. 

O Segredo está na Dopamina

A dopamina, que também é obtida quando expressamos gratidão, quando passamos por momentos agradáveis e felizes e quando fazemos exercícios, passa a ser obtida através de fontes rápidas.  Ao ter um pico de dopamina no organismo, o cérebro entende que pode diminuir os receptores deste hormônio nas células. Com o tempo, você passa a ficar cada vez menos atraído pelas atividades que geram prazer em longo prazo.

Com este estilo de vida, sua motivação e ânimo caem drasticamente com o tempo, resultando em desgosto pelo cotidiano, tristeza e até mesmo uma depressão.

Então, qual o caminho da evolução?

4 dicas para se livrar dos vícios emocionais (e até dos químicos):

1. Reconheça quais são seus vícios.

Que atitudes você toma, mas gostaria de evitar?

Qualquer substância, hábito ou comportamento que você quer evitar, mas simplesmente não consegue, pode representar um vício. É essencial reconhecer quais são seus vícios. Tomar consciência é o primeiro passo para a mudança.

2. Entenda as causas que afetam seu estado de espírito e trabalhe nelas.

Problemas conjugais, um trabalho estressante, falta de afeto na infância, desafetos familiares, má sorte ou até mesmo o mau tempo são fatores situacionais que podem gerar um gatilho pra um comportamento compulsivo.

Busque entender quais os acionadores dos comportamentos indesejados. E então trabalhe para cortar o mau pela raiz. Existem casos mais simples de resolver, outros são muito complexos. Para estes, não hesite em procurar ajuda. Fale com amigos, terapeuta, coaches e familiares. Não é vergonha buscar ajuda.

3. Busque conexões reais.

Considerando que os vícios, na maioria das vezes, acontecem quando estamos sozinhos, podemos dizer que os mesmos são conexões artificiais que substituem as conexões reais. Logo, buscar se conectar verdadeiramente com você mesmo, com sua espiritualidade e com os outros são um ótimo caminho para a redenção.

OBS: Tome cuidado com a armadilha das Redes Sociais. Elas não constituem uma conexão real!

4. Faça atividades que proporcionem sensação de evolução.

A estagnação é inversamente proporcional à felicidade.

Busque por Leituras, cursos, estudos e atividades que proporcionem uma sensação de crescimento e evolução contínua.  Engajar-se num projeto ou atividade onde você possa aprender coisas novas irá melhorar o seu estado de espírito.

Exercício Prático para se libertar de Vícios Emocionais

Além destas 4 dicas, vamos sugerir uma atividade prática que você pode fazer agora mesmo para melhorar seus hábitos e buscar a Sua Evolução.

Conheça a técnica do SE/ENTÃO.

Você vai definir a sua própria estratégia, no seguinte formato:

“SE EU SENTIR VONTADE DE PRATICAR O MEU VÍCIO, ENTÃO VOU PRATICAR MEU NOVO HÁBITO”.

Certamente você tem hábitos que gostaria de incluir em sua vida e outros que gostaria de abandonar. Seguem exemplos:

• “Se eu sentir vontade compulsiva de comer doce, então vou beber água”;
• “Se eu sentir vontade de jogar ao celular, então vou ler um artigo do suaevolucao.com.br ”;

Faça a sua estratégia e a escreva numa papel. Ao colocar no papel, você assume um compromisso de implementação consigo mesmo. Cole o papel em lugar visível e, se possível, compartilhe com outras pessoas. Dessa forma a probabilidade de você cumprir aumenta consideravelmente.

Resumo do Artigo

Talvez você se interesse por uma síntese deste artigo em formato de infográfico, para ajuda-lo na compreensão do tema abordado.

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